sábado, 5 de março de 2011

Cabocla




Uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher.


Poema apresentado no Encontro de Poetisas do Amazonas - Sarau e Exposição Mulher Amazônica.




# Cabocla

Em teus olhos, os traços de índios
Uma beleza que brota qual raiz de samaúma...
Em tua pele, o encontro de vários povos...
Uma mistura de encantos, de encontros, de cantos e contos...
Somos cunhantãs, somos Amazonas. Ykamiabas!
Somos cunhãs!!
Porta voz das rosas. Girassóis!
Somos orquídeas e bromélias...
Somos... Violeta Branca!
Naturalmente ousadas... de beleza exótica!
Somos CABOCLAS!
Somos poesia!
Do mundo, a magia. Da vida, o mistério. Do encanto, o esplendor.
Ser mulher, mulher Amazônida... é sentir o sangue Ykamiaba, o sangue Violeta Branca...
É fazer um retorno à origem, um reencontro com a lua, ao mito da criação...
É reconstruir a história das mulheres da conquista,
Enxergar no espelho da lua: um muiraquitã- um amuleto – um símbolo de coragem e força.
É descortinar as matas, é singrar os rios...
É percorrer os caminhos, a história, os mitos e as lendas...
É nunca deixar de olhar para trás...
É se orgulhar de ser MULHER... AMAZONA... CABOCLA...

quarta-feira, 2 de março de 2011

O perigo está à mesa...


É bem verdade que o branco transmite paz e inocência. Segundo os princípios da cromoterapia (lembrei-me das aulas da Profa Karen Medeiros), ele expressa essa idéia da pureza embutida nos vestidos de noiva e na limpidez das vestes dos médicos. Mas, mesmo para esta ciência que usa as cores para estabelecer equilíbrio e harmonia entre corpo e mente, o branco, em excesso, pode trazer malefícios. Veja o açúcar, por exemplo.


Assim como já encaramos como tradição, não mais como “símbolo de pureza”, a triunfal entrada de uma noiva, com seu sonhado vestido branco em uma igreja, deveríamos também rever nossos conceitos sobre um “falso cordeiro” que costuma "rondar" nossas refeições. Além de ser branco e refinado, ele ainda adoça o nosso paladar, e traz consigo os desejos de que a vida seja agradável e doce como tal.


Pois bem, vamos revelar o verdadeiro prazer que o açúcar proporciona...
“Pode até parecer fraqueza”... Sim, meu caro Lulu. Denota fraqueza porque vamos falar de uma dependência. Ainda na infância, nas inocentes mamadeiras, o açúcar é o nosso primeiro vício. Aos poucos, os doces que nos enchem os olhos passam a ser destaque em suntuosas sobremesas (...seria tão bom se somente as comêssemos com os olhos. Não?!) e a partir daí ele vem embutido nos mais diferentes pratos (aprendi esses dias, por necessidade, que até no molho do cachorro quente tem açúcar! For God’s sake! Traduzindo: “Pelamordi”. Eu e minhas descobertas! Mas isso é assunto para outro post).


Por ser muito calórico, o açúcar circula rapidamente pela corrente sanguínea, o que proporciona uma falsa sensação de que estamos alimentados. (Sim, é por isso que depois de comer doce sentimos uma desagradável impressão de que vamos explodir, é a tal da bomba calórica).
Mas, a principal ameaça é contra vitaminas e minerais, pois ele quebra essas substâncias e não as repõe ao organismo.


Claro que para obtenção de energia o nosso corpo precisa ingerir uma quantidade de açúcar que garanta o bom funcionamento do metabolismo. Indico o blog de uma nutricionista e personal dieter (nem sabia que existia isso! O futuro está nas especialidades!)
http://bit.ly/hrb8nd Além da recomendação diária de consumo de açúcar que é de 25 g ou cerca de 6 colheres de chá, ela faz um alerta sobre a quantidade de açúcar que ingerimos nos alimentos industrializados.

Portanto, Pão de Açúcar, só se for ao Rio de Janeiro! Carnaval ta aí para isso! Mas atenção: Açúcar com moderação para evitar quilinhos indesejados... Principalmente se você ainda não cruzou o altar! Escute a sabedoria que vem dos meus cabelos brancos...



Sabe quanto açúcar tem na Coca Cola? Acesse:
http://www.sugarstacks.com


Não deixe sua participação passar em branco! Comente!

sábado, 4 de dezembro de 2010

Pergunte ao universitário

- Trabalho vencedor na Categoria Jornalismo Interpretativo - Perfil, na V Semana de Estudos da Comunicação da Faculdade Boas Novas!


Cursar o Ensino Superior deixou de ser sonho para muitos brasileiros. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, entre 1998 e 2008, o número de estudantes universitários passou de 6,9% para 13, 9%. O crescimento é atribuído, em parte pela ascensão da classe C, que já equivale a 23% das matrículas no Ensino Superior; ao aumento do número de universidades e faculdades no país; e à consequente redução no valor das mensalidades.

O que antigamente era privilégio apenas dos filhos de burgueses, hoje está cada vez mais ao alcance de todos. O sonho do diploma universitário pode virar realidade para pelo menos 6, 5 milhões de brasileiros. Esse contingente foi formado ao longo dos últimos 6 anos representando um aumento de 46%.

Fazendo um recorte entre esses mais de 6 milhões que esperam o tão desejado diploma estão aspirantes à médicos, educadores, engenheiros, jornalistas e tantas outras profissões que formam o leque de cursos de graduação do Ensino Superior. Dentre tantos, um me salta aos olhos. Ele entra uníssono na sala de aula, com um “boa noite” de locutor, ele é mais um acadêmico no curso de Jornalismo noturno da faculdade que carrega em seu nome uma das mais gratificantes possibilidades do jornalismo, trazer “Boas Novas”.

Dos bancos de ônibus para as carteiras da faculdade. Assim se resume a rotina de Antônio Carlos Rangel Bastos, 46 anos, universitário e motorista de ônibus na cidade de Manaus. Após 21 anos sem estudar, Rangel vê no curso de Comunicação Social um futuro promissor, quer ser jornalista formado e trabalhar no rádio.

“No meu tempo se escrevia no quadro negro com giz. Hoje, os recursos tecnológicos invadiram a sala de aula e facilitam muito a vida dos estudantes”, diz Rangel. Se antes, pelas palavras de Paulo Freire, a educação era a bancária, o que se vê atualmente é uma constante troca de conhecimento. Para o universitário, o fluxo de informações é tão grande, que às vezes, ele não consegue acompanhar. “Acordo todos os dias às quatro da manhã, quando chego à faculdade já estou muito cansado, mas mesmo com as dificuldades continuo sendo persistente”, afirma.

Com pouco saudosismo, Rangel relembra os tempos de escola e dos métodos que eram usados, como as sabatinas com os famosos “bolos” com palmatória de madeira Acapul. “Na época, se um colega dissesse algo na sala de aula era prontamente expulso, era considerada uma afronta ao professor”.

Rangel também faz parte do quadro dos brasileiros que se dividem entre o emprego e o estudo. O IBGE aponta que a proporção de universitários que trabalham passou de 63%, em 1998, para 71% em 2008. Um número que mostra o desejo do brasileiro em obter uma melhor qualidade de vida, já que possuir um diploma de ensino superior pode gerar um aumento de 171% na renda média do trabalhador.

Quando pergunto ao universitário sobre seu sonho, Rangel é enfático: “Na sala de aula enfrento minhas dificuldades em busca de conhecimento para exercer uma nova profissão. Já fui açougueiro, taxista, pescador, sou motorista de ônibus há 22 anos, mas daqui a dois anos, com meu diploma na mão e muitas idéias na cabeça, vocês me ouvirão nas ondas do rádio”.

Por enquanto, ainda no 4º período de Jornalismo, além de dividir suas experiências e aprender com os colegas e professores, Rangel mostra que não há idade para buscar conhecimento e que não devemos apenas sonhar, mas construir nossos sonhos com nossas próprias mãos. As de Rangel buscam deixar o volante para segurar de um lado, um diploma, e do outro, um microfone.



Esse é: Antônio Carlos Rangel Bastos
Nossos agradecimentos por nos deixar falar um pouco sobre sua história!
Equipe: Alice Souza, Anne Ketlen Moraes, Cynthia Assunção e Rayron Nascimento





terça-feira, 2 de novembro de 2010

O Sorriso do palhaço


... não é a primeira vez que isso me ocorre. Na verdade, há algum tempo passei a enxergar as coisas de uma maneira diferente. Não sei se em virtude de uma vida muito conturbada, agitada. Mas parece que tudo está estranho, nada mais é como antigamente...

Lembrei-me de uma infância não tão distante, dos deslumbres de criança, das explosões de felicidade, dos rompantes de uma alegria inocente e simples. Na ânsia de crescer, esquecemos do quanto as pequenas coisas nos faziam felizes. Hoje, nosso desejo premente clama por coisas palpáveis, por um carro novo, uma casa, um apartamento...

Quando criança, sonhei em ser astronauta. Uma proximidade com a lua inspirava boa parte das minhas brincadeiras. Imaginava-me caminhando no terreno desconforme, conversando com o dragão, passeando por entre as estrelas. Foi quando conheci o Pequeno Príncipe e aprendi que na lua, num planeta, ou dentro de uma caixa, pode haver tudo que a minha imaginação quiser.
Mas a minha imaginação foi, aos poucos, dando lugar a minha razão. A racionalidade que me distingue do dragão transformou-me no que sou hoje. E o hoje, frequentemente quer voltar atrás... Percebi que é o passado que nos alimenta. Nossas experiências anteriores, como diz Paulo Freire, é que formam a nossa visão de mundo, então o que sou hoje, é resultado de tudo que vivi anteriormente.

Pois bem. Enquanto o meu eu de hoje dirigia despretensiosamente pelas ruas da cidade, uma placa chamou minha atenção, decodifiquei-a: circo novo na cidade. Surpreendentemente, enquanto o meu eu de hoje guiava minha vida e minhas responsabilidades, o meu eu do passado rememorava a empolgação circense que essa notícia trazia. Ah, o circo! Crianças eufóricas, animais, música, dança e palhaços... Como eu adorava os palhaços! Mas confesso que nunca entendi porque se maquiavam. Sempre quis conhecer um, sempre quis descobrir como faziam para serem tão felizes... Sonhei em ser palhaço, também...

“-Verde! O sinal abriu!” A criança do carro ao lado narrava a vida. Segui adiante, mas o pensamento ainda pairava sobre aquela figura camuflada. “Quem inventou que o palhaço tem que se pintar?” Essa era a pergunta que mais me instigava enquanto criança. Será que hoje sei responder? “Ora, o palhaço pinta o rosto para viver!” Mas, certamente, essa resposta não atenderia às expectativas daquela menina que se guardara dentro de mim.

Nada mais é como antigamente. Os sorrisos não brotam mais com tanta facilidade... Os sonhos já não alcançam mais a lua... Não converso mais com dragões. Não quero mais ser astronauta, e descobri que atrás daquele nariz de palhaço e da pintura colorida há um estranho.
Estranho, nada mais é como antigamente... Abri a minha caixa da imaginação e fui ao circo me encontrar...

“Se tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando” Charles Chaplin